29 outubro 2005

37. Incivilidade Total?

Esta crónica é transversal aos três países que já visitámos e debruça-se sobre as cavadas diferenças de civismo que existem entre o ocidente em geral e estas paragens.
Não raras são as vezes que nos queixamos do rude comportamento cívico português, não é? Então seguem aqui alguns exemplos para vós próprios ajuizarem das distinções:
A passadeira para peões é um conceito ambíguo. Elas existem, com zebras marcadas no chão e tudo, mas não atribuem qualquer prioridade ao pedestre. Para transpô-las este tem de, corajosamente, tourear os veículos que, como se nada fosse, prosseguem apressadamente o seu caminho (como agravante comunicacional, muitos dos automóveis têm vidros completamente fumados - uma moda pro-mafias made in America de triste reflexo dos nossos dias).
Outra suposta regra social que está nos antípodas do que estamos habituados é a fila de espera. Elas existir existem, mas tal como as passadeiras, não atribuem qualquer prioridade ao sujeito que se encontra à nossa frente. Criam-se bolsas laterais, o jogo do acotovelanço é muito valorizado e o sucesso é atingido consoante a capacidade de se ser expedito. Em resumo: é tudo à fuçanga, como os porquinhos a tentar mamar na porca-mãe.
O último exemplo é exclusivo da China e prende-se com comportamentos sociais de higiene e delicadeza duvidosas. É normal arrotar sonoramente, escarrar a plenos pulmões e cuspir para os caixotes do lixo e no chão (inclusive no chão do Metro). É também habitual cortar as unhas nos mais variados locais, tais como nas salas de aula das universidades.

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