03 outubro 2005

11. Começou...

Começou o diferente, o inabitual, o estranho. Deixámos as rotinas domésticas para trás e entrámos de choque noutras rotinas: aeroportos, estações, quartos de hotel, horários, mapas, alfabetos...
Apesar da má fama, as viagens de avião com a Ibéria correram lindamente. Cumprimos horários e transbordos e chegámos a Moscovo à hora prevista, com bagagens e tudo!
O aeroporto de Domodedovo (um dos quatro que serve Moscovo) fica a 50 km do centro. Tomámos uma linha expresso de comboio até uma das estações centrais interligada com a rede de Metro. No final de uma das suas linhas periféricas encontrámos o nosso Hostel, Asia de seu nome. É um bloco de 15 pisos dos anos 70, muito gasto em com uma estranha organização. Aparentemente é um Hotel de 3 estrelas que subaluga um piso ao Hostel.
Na recepção, ao primeiro golpe de vista, disseram-nos - Reservation? Take elevator to 5th floor... e lá estava um sub-recepcionista, parco conhecedor de inglês que confirmou a nossa reserva. O Hostel aproveita a logística oficial do Hotel (pois voltámos à recepção principal para registar os vistos) e dá uso aos quartos mais estragados (mas limpos).
A prioridade da manhã seguinte foi comprar os bilhetes do transib até Irkutsk que parte nos dias ímpares. De volta ao centro, de Metro (uma maravilha Estalinista em mármore) dirigimo-nos à estação de Iaroslavki. Na bilheteira a Joana ganhou fôlego e abordou a primeira conversação importante em russo! Do meu ponto de vista correu bem (afinal saímos de lá com os bilhetes) mas foi uma troca fonética de alta voltagem. A Joana aconselhava calma ao outro lado do guichet (pensando que dizia -Fale devagar) e a russa respondia incompreensibilidades pelos altifalantes a altos berros... isto numa fila reservada a inválidos.
A tarde passámo-la a passear a pé. Era Domingo, estava sol e os Moscovitas aproveitavam os jardins e os parques ao largo do Kremlin enquanto os rigores do Inverno não chegam.
A Praça Vermelha estava também cheia de transeuntes, o que facilitou a nossa "incognicidade". Passo a explicar: a Praça Vermelha é local de assalto a turistas... por polícias. É verdade! Eles abordam-nos, pedem documentos, levantam problemas e exigem pagamentos in sito... subornos para compensar os magros salários.

teia de vidro partido à chegada ao aeroporto de Domodedovo; "da Ota para Lisboa" - linha expresso (45 min) do aeroporto até ao centro de Moscovo; o nosso hotel na periferia à beira do Metro

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi!!
Fico contente que o vôo na horrível Ibéria tenha corrido bem!!
Gostava de ter assistido à tentativa de comunicação da Joana com a senhora dos bilhetes...eh eh eh Já sabem, falar russo é falar português de trás para frente!!! portanto qual é a dificuldade? eh eh eh
O kremlin? é tudo aquilo que imaginaram?
Abraço e beijinho!!