30 agosto 2005

03. Vistos? Ainda não se avistam

Falta um mês para a partida e em mão temos apenas Um dos Três vistos exigidos. Não estaríamos muito mal se o segundo visto não tivesse de ser tratado via correio para a França e se o terceiro não fosse o da Federação Russa.

O visto para a China foi conseguido facilmente (Ufa!). O documento mais estranho que pediram foi uma declaração da entidade patronal (não vamos nós para lá mendigar) que o Quico resolveu com uma cópia da sua última declaração de IRS. Sem termos estado sujeitos a esperas fomos atendidos na recepção; preenchemos os formulários; justificámos em dois tempos a impossibilidade de preencher o campo “Reserva número tal para o Hotel tal”; e quando pediram o Voucher da Agência de Viagem comprovativo de viagem organizada entregámos descaradamente uma simples impressão com os dados dos voos Lisboa-Madrid-Moscovo e Moscovo-Madrid-Lisboa, com um carimbo da Agência e um risco-rubrica. Foi tudo aceite e em menos de uma semana ficamos com um visto e um troço da muralha da China colados numa das folhas do passaporte.

Visto que tínhamos o visto Um na mão virámo-nos para a lista do Consulado Russo. Documentos complicados? Sai um seguro de viagem de uma seguradora à sua escolha (sua deles, do Consulado – fomos para a AXA); um Voucher da Agência de Viagem comprovativo de viagem organizada; uma confirmação de reserva num hotel Russo em papel escrito em língua Russa; e um formulário, devidamente preenchido (importa dizer que este formulário, disponível via net, tem a particularidade de vir redigido em língua Russa e língua... espanhola!). Convencidos de que tínhamos reunido os documentos possíveis fomos ao consulado, faz hoje oito dias. E de lá voltámos de documentos na mão – em vez de termos voltado de mãos abanar, em sinal de que tínhamos deixado ficar os documentos para que se procedesse à emissão dos vistos. Problemas? O que foi que falhou? Bem, face à descarada impressão (que tão bem serviu aos Chineses) o Vice-Consul Mikhail perguntou logo O que é isto? Voucher isto?? E perante o nosso ar confuso e coitado o Vice explicou de forma simples Como pode ser Voucher, onde está escrita a palavra Voucher? (sim! claro que pensei em desafiar o humor Russo sacando de uma esferográfica e desenhando no cabeçalho da impressão descarada V-O-U-C-H-E-R). E falhou ainda a falta da reserva do hotel, o tal papel em língua Russa. Mas saímos de lá esclarecidos: sem os documentos que vêm na lista não há visto para ninguém e ponto final. Portanto há que desencantar um Voucher e uma reserva russa de um hotel russo, nem que seja só para a primeira noite.
Estamos neste momento a tratar disto. Moemos o juízo à Paula da Agência de Viagens e simulámos um percurso para colocar no Voucher; entrámos em contacto via net com um tal de hostel Asia em Moscovo, e andamos em acerto de pormenores, acertos de faxes, acertos de pagamentos a crédito.
Para não desesperar com esta espera resolvemos trocar as voltas aos vistos: o Russo fica suspenso e seguiram hoje pelo correio os passaportes e os documentos pedidos pela Embaixada da Mongólia em França. Voltámos a enviar os documentos que consideramos possíveis de obter para a nossa viagem em particular, ou seja: a tal impressão descarada que só tem o voo internacional e duas linhas em parco francês a explicar porque é que não temos reserva de hotel na Mongólia. Com ajudas divinas vamos dormir descansados hoje!