Na próxima quarta feira, salvo algum cataclismo, teremos na mão os passaportes visados! Chegará assim ao fim esta tarefa hercúlea que se não fosse desencorajante seria aventurosa – hum...acho que troquei os adjectivos!
A viagem de ida e volta dos nossos queridos passaportes até França, à embaixada mongolense ou mongoleira ou mongolasca (como diz a tia São), foi um sucesso! Foram carregadinhos de documentos e dinheiro e voltaram com uma souvenir autocolante: um visto com selo brilhante, marcas anti-falsificação e o diabo a sete!
Às 8.30 da passada segunda feira estávamos corajosamente plantados à porta do consulado russo (ali próximo da praça do Chile), prontos a enfrentar o IV round!
Uma hora e meia depois fomos convidados a entrar (Gôoong! início do IV round). Desta vez foi o vice-cônsul Aleg que primeiramente nos atendeu. Tinha acabado de derrear uma pobre portuguesa: - desculpe minha senhora, mas nos regulamentos da Federação Russa não há lugar para viagens de turismo não-organizado! A senhora tem de recorrer à sua agência para organizar sua viagem e trazer voucher oficial e reserva em língua russa!
Foi com alguma alegria ou alívio que verificou que os nossos documentos estavam em ordem. Quando se apercebeu da especificidade de querermos um visto de turismo de 30 dias mais um visto de trânsito de 11 dias para o regresso (sistema sugerido pelo vice-cônsul Mikhail aquando do III round) o assunto complicou-se e: - vou passar processo para cônsul Serguei que explicará tudo muito bem! (Gôoong! vantagem para os Russos).
O cônsul Serguei estava por essa hora entretido com uma jovem loura, bem parecida e de seu nome Svetlana. Tinha entrado à nossa frente e devia ser uma pessoa especial, pois passou ao lado da fila de espera. O assunto era um visto para a Rússia para um tal de Karyaka cuja entidade responsável era um Dínamo não sei quê. A senhora Svetlana interrompeu várias vezes a animada conversa com o cônsul para falar ao telemóvel: - Sim?...Miguel?...ah! pois!...ele está agora no treino...cheque?...ok, ok!...sim, vou agora telefonar para Benfica a pedir cheque! Os papeis do visto ficaram rapidamente resolvidos e o cônsul Serguei despediu-se afavelmente da senhora Svetlana com beijos e palavras russas (de circunstância decerto)!
Depois da saída senhora Svetlana e uma vez informado das nossas pretensões, o cônsul Serguei reflectiu um pouco, torceu o nariz e disse: - nosso computador não pode emitir dois vistos, terão de tratar de visto de trânsito na Mongólia! (Gôoong! Portugueses ao tapete). Incrédulos, debatemos (com delicadeza) as alternativas e chegámos a um entendimento: - computador pode passar visto de trânsito duplo para seis semanas, mas ficam avisados que hotéis podem levantar problema de visto de trânsito. Em princípio, niet prabliem!
E assim foi, pagámos à senhora da caixa e recebemos em troca um recibo em russo para levantar os passaportes daí a 7 dias úteis! – Spaciba!
(Gôoong! Vitória por pontos dos Portugueses).